O Senhor da Guerra – Jaid Black

Posted on 10:01 by GRS



Prólogo




Ilha do Skye nas Terras Altas de Escócia, 1052 ano de nosso senhor.



Euan Donald olhou sem emoção como o corpo decapitado de Há caía sem vida a seus pés. O sangue gotejando ali onde um talho da cabeça do Laird tinha estado momentos antes, reunindo-se ao seu redor em um rio vermelho escuro. Embainhando sua espada, Donald elevou sua cabeça escura, seus olhos negros perfuraram as caras desejosas daqueles homens das Highlands que o rodeavam. Nenhum se rebelaria. Nenhum questionaria depois a sua decisão de executar o chefe de Hay. Ninguém se atreveria.

Não era alarde de sua parte, nem sequer ego. Não, em realidade assim era como se tinha que fazer, o que suportava ser o Senhor das Ilhas, o Rei dos homens das Highlands, um Deus em si mesmo. A palavra de Euan era a lei, como sempre tinha sido, como o tinha sido a palavra de seu pai, como a palavra do pai de seu pai, etc. .Há idade de trinta e cinco anos, Euan tinha sido o líder de dos Donalds e o senhor das Ilhas durante mais de quinze anos. O preço de ser o Amo de tudo o que contemplava tinha sido pago por completo.

Seu corpo de 1,98 mt estava carregado de músculos e infestado de cicatrizes de batalha. Os ângulos duros de sua cara estavam esculpidos como se fosse uma pedra, sem compaixão, sem piedade por ninguém que se rebelasse em seu contrário. Seus olhos eram tão escuros como seu cabelo, calculadores lagos de obsidiana que não refletiam razão nem emoção alguma. Levantar-se contra O Donald era morrer. Era algo que tanto parentes como estranhos conheciam muito bem. Hoje, como a maior parte dos dias, Euan usava seu tartán de cor azul e cinza apagada; um broche grande de esmeralda mantinha unido o tecido em seu ombro. Era uma bandeira apropriada para o homem que governava as Highlands com punho de ferro e que vivia em uma ilha que, segundo muitos diziam, estava fechada aos mesmos céus e rodeada em toda sua extensão por uma formação de nuvens impenetráveis.

— Então já parece —Graeme Donald, o irmão mais jovem de Euan, assinalou com a cabeça para um grupo de soldados, indicando que era o momento de retirar o cadáver ensangüentado de Há do grande hall. Voltando-se para examinar as caras assustadas dos chefes do clã que estavam detrás, agitou uma mão para eles e gritou—. Alguém mais se atreve a desafiar ao Donald?

Murmúrios de negação se expandiram com o passar do grande hall, todos os olhos se moveram dos restos de Há à figura estóica de Euan. O lábio superior do Graeme se curvou ironicamente —Bem então. É tempo de nos alegrar, não é assim? Vieram por uma festa e festa terão.

Um silêncio opressivo encheu a habitação durante um instante. Ninguem estava seguro de como comportar-se ante uma declaração tão estranha. Até o último dos que ali se encontravam tinham vindo para celebrar uma boda. Tinham viajado do amparo de suas respectivas fortalezas para ser testemunhas dos ritos matrimoniais entre o Senhor das ilhas e a filha primogênita de Há.

Nenhum deles tinha contemplado a possibilidade de que Tavis Há se negaria a enviar à prometida de Donald em sua própria boda. Nenhum deles tinha dado crédito à idéia de que Há estivesse o bastante louco para permitir a Moira romper seu aterrador acordo e fugir às terras do norte com o irmão de um chefe viking.

Em realidade, nenhum deles tinha sido o bastante estúpido para comunicar semelhantes notícias à Donald. Não, teriam saído apitando na direção contrária. Mas, por outra parte, Há não era famoso por sua capacidade de pensar.

Finalmente, o Laird do clã McbPherson rompeu o incômodo silêncio com um sorriso forçado.

— Brindarei por isso —disse elevando sua taça para Euan—. Pelo Donald —brindou—. E por, er .... —se moveu incómodamente aumentando a cor de sua cara em intensidade—. Por ....

Tragando com dificuldade, O MacPherson encontrou o olhar negro do Euan.

— Bem ... —levantou mais alto sua taça— Pelo Donald.

— Pelo Donald.

Repetiram os outros insistentemente com rapidez, todos eles levantando suas cervejas e hidromieles brindando pelo Senhor das Ilhas. Graeme elevou uma sobrancelha, formando uma confusa banda sobre seus olhos enquanto inclinava sua cabeça para observar a seu irmão.

Euan sorriu sem humor enquanto seu escuro olhar se movia rapidamente do Graeme fazia os homens que estavam a suas costas. Sem dizer nada, caminhou para o estrado que tinha sido preparado para ele com lentas e metódicas pernadas. O grande hall estava tão silencioso que cada um de seus passos podia ser ouvido sem esforço.

Quando ao fim alcançou o estrado, elevou a taça disposta para ele e girou sobre seus talões para enfrentar-se a seu atento público. Assentindo uma vez com a cabeça, preparou-se para beber de um gole a doce hidromiel.

— Sim —retumbou—. Brindarei por isso.









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